segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sem volta

E eis que estou de volta depois de um longo, tenebroso e injusto inverno. Falta de inspiração talvez justifique o período longo e tenebroso de ausência mas, definitivamente, assunto pra comentar aqui não faltou - e por isso falo da 'injustiça' deste inverno, tão longo quanto o inverno real, que parece não ter deixado São Paulo até agora. Quase novembro!

Tivemos desde às intermináveis crises 'Sarneyanas' aos 'atentados' do tráfico à (in)segurança pública e a sociedade carioca, o que provocou manchetes mundo afora - será que só agora o mundo pensa melhor em detalhes do Rio que o Governo Federal e o Fernando Meireles não expuseram???

Agora que vão pensar em provas como tiro à distância??? E os 'nativos', que terão ainda mais motivos para se preocupar em relação a esta e outras provas como as de saltos orçamentários???... hahaha!... Dá até vergonha não comentar em tempo tantas notícias de impacto - e que quebrarão os nossos bolsos!... hahaha...

Tive tanto tempo pra falar da boa fase do Palmeiras no Brasileirão 2009, que ela passou e agora corro seríssimo risco de ter de escrever linhas pra lá de indignadas em dezembro, para falar do título que escapou entre os dedos.

O ano está quase no fim e, se tem uma coisa que não lamento de não ter escrito nesse período de escassa inspiração, é a área afetiva. Amores malogrados, sofrimentos evitáveis e outras coisinhas contra-indicadas ao coração de um canceriano não estarão nesta e nas próximas páginas - que 2010 seja beeeeem melhor ou me reserve um ano de solteirice sem desespero. E com muito dinheiro no bolso!

Estou de volta, pessoal... aproveitem!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Na lápide


Enterro a minha esperança

Enterro os meus planos

Sepulto aquilo que um dia chamei de amor


Dói

Mas como uma dor crônica

Uma hora me acostumo com ela


Choro hoje

Mas, o pior, é que preciso me erguer

Ainda hoje


Encho a cara

Saio sem rumo

Junto os cacos, um por um


Mas sem você é que eu me faço forte


Meu coração ficará guardado e

Meus sonhos não voarão mais por aí

Até que essa tempestade passe


Com a certeza de que um lindo amanhecer


Espera por mim...


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ausência

Aos poucos acostumo-me com tua ausência. O silêncio do meu telefone já não me incomoda mais. A falta de mensagens não me faz mais perder o sono. Até mesmo o nosso menor contato no MSN não me traz mais desespero. Não há mais choro. Não há mais esperanças a alimentar.

Esta é uma sensação difícil de explicar. Deve ser o que chamam de inércia. Pode ser conformismo também. Ou pode ser tão somente a estafa de um coração cansado, a estafa de um sentimento que deteriorou depois de tanto empenho em se fazer ouvir, se fazer viver.

Meu amor por você foi uma luta. Das mais inglórias. Esperança e desespero caminharam juntos o tempo todo. O meu amor duelou e correu contra tudo. Enfrentou o medo de peito aberto. Não foi um amor orgulhoso em momento algum! Suportou o quanto pôde as poucas notícias, a tamanha distância que nos separa. Dispôs-se a, mais uma vez, amar o diferente e mostrar que isso é plenamente possível.

Amar é foda. E por isso mesmo as pessoas mostram ter cada vez mais medo de encara-lo. Ao que me parece, amar é... sinônimo de medo. Medo da rejeição, medo da entrega, medo de não se sentir merecedor de tão sublime sentimento...

... e o medo tomou conta de você. Tomou conta de mim. Eu nunca tive medo, nunca tive medo de amar mesmo. Sempre mostrei os meus sentimentos. Claro que, assim, tomei muitos foras. Muitas vezes sofri, muitas vezes chorei. E os motivos dos ‘fracassos’ eram os mais diversos...

‘Ah, sai daqui! Você é muito feio...’
‘O problema não é contigo mas não quero nada com ninguém, entende?’
‘Você não é um cara “descartável”, é especial pra mim’

Claro que não sou descartável, Baby. Sou descartado. Feito um jogador reserva de um time de futebol, em lista de dispensas no final do ano. Fui descartado, possivelmente, por uma soma de fatores que, sozinhos, já se fazem suficientes para um fora. Mas tinha que haver um requinte de crueldade. E você foi cruel.

Fria. Dissimulada. Indiferente.

Eu sei que o seu silêncio é uma forma de se defender, uma maneira de escapar da realidade que você não quer viver. Mas, com este silêncio, fui corroído dia após dia, noite após noite. Achei que não existiria mais paz! A esperança da noite anterior era puro desespero no dia seguinte.

As dores e dúvidas estavam no auge. E parecia que eu não suportaria mais, explodiria a qualquer momento. Era muito choro, muito suor, os pensamentos zunindo feito vespas dentro de minha cabeça. E então aconteceu.

O ápice da dor começava a passar. E eu ainda estava vivo!

Aos poucos os pensamentos foram serenando. As lágrimas começavam a secar naturalmente. Aquela tremenda sensação de descontrole, de solidão, dava lugar a algo como se fosse serenidade. De repente, senti que mais nada de ruim iria acontecer e que eu poderia me acalmar. Deve ser algo como tomar algum calmante direto na veia, sei lá.
Minha vida aos poucos retorna ao normal, às preocupações e ao estresse do trabalho. Retorna também o prazer de sair de casa, de ver pessoas (apenas as observo, de longe) e de fazer coisas que eu adoraria fazer na sua compania e que, agora, vejo que faço muito melhor em minha própria compania.

Você foi um sonho bom que consegui tornar o pior de meus pesadelos. Mas agora tudo está passando, aos poucos retorno à minha serenidade e essência. Meu amor sou eu. Minha prioridade sou eu. E o que eu tenho de melhor apenas eu mereço.

É bom poder olhar para a frente e dizer com toda a convicção...

... eu não te amo mais...

sábado, 2 de maio de 2009

A solidão do espectador que percorreu longas distâncias

Era noite de terça-feira, 28 de abril. Aproximadamente 21:00hs. A sessão estava prevista para começar às 21:10hs. e o espectador, depois de um dia estressante de trabalho, tomava a última providência antes de adentrar o cinema - garantir o refrigerante e a pipoca.

Precavido, o espectador comprou seu ingresso antecipadamente em uma máquina de auto-atendimento da rede de cinemas. Afinal de contas, não queria passar pelo transtorno de pegar longas filas e ter que chegar ainda mais cedo ao shopping para garantir o seu lugar na sessão. O filme em questão era o 'Flight 666', documentário que registra momentos do Iron Maiden durante a turnê 'Somewhere Back In Time". Além de imagens de camarins, hotéis e viagens a bordo do 'Ed Force One', o filme mostra a passagem da banda por países que não recebem shows de Heavy Metal - Índia, Papua Nova Guiné, Costa Rica, Colômbia e Chile - sejam pela total falta de interesse dos empresários e promotores de eventos, seja por instabilidades sociais e/ou políticas.

Pois bem, aproximadamente 21:00hs. O espectador, com pipoca, refrigerante, ingresso em mãos e toda a ansiedade que um fã fervoroso de Iron Maiden pode estampar em seu rosto, pela oportunidade única (afinal, o filme sairia de cartaz no dia seguinte, segundo o site da rede de cinemas). Ao chegar a funcionária confere o ingresso, franze a testa em sinal alarmante e decreta:

- Olha, este filme não está mais em cartaz aqui...

O espectador, que ainda tirava os seus fones de ouvido, calmamente pergunta:

- Como é que é?!
- É, este filme não está mais em cartaz aqui
- Mas este ingresso foi comprado antecipadamente no sábado, e, antes de comprá-lo, fui ao site me certificar e lá consta que este filme deve estar em cartaz até amanhã!
- Só um momento, por favor...

A funcionária chama pelo rádio um outro funcionário do cinema, que possa resolver a situação do espectador. Os argumentos dele tiraram dela qualquer chance de contraargumentar (é assim que se escreve???). Aliás, ainda que o espectador não tivesse arguementação alguma, ela passava a nítida impressão de que não argumentaria nada, tampouco resolveria o seu problema...

Então, chega o outro funcionário... que faz exatamente tudo que a primeira fez. Olha, confere, vê a data, o valor pago e diz ao espectador:

- Aguarde um instante, vou chamar o gerente
- ...

Ele também faz uso do rádio e não consegue encontrar o gerente... ainda haveria gerente àquela hora? Minutos passaram e ainda bem que o espectador trouxe a comida porque a irritação e o desejo odioso de ter o seu dinheiro de volta fizeram com que ele começasse a comer ali mesmo. Quando ele estava pronto a estourar e fazer O Barraco, eis que o funcionário chega e lhe diz:

- Me acompanhe, o filme começará agora
- ...

As reticências, agora, eram de profunda surpresa e alegria. Pensava, ainda atônito: 'Um filme... do Maiden... só pra mim... caralhooooooooooo!'. Era difícil de acreditar: não demoraram tanto pra resolver a situação e abriram uma sala só ao espectador de longas distâncias para que pudesse extasiar-se em um momento único!

Porém, só acreditou mesmo em tudo aquilo quando vieram os primeiros acordes de 'Aces High' no primeiro show da turnê em Mumbai, na Índia. Dali em diante foram duas horas de uma alegria, de um sentimento difícil de descrever em meras palavras, um presente dos deuses a um pobre e simples mortal. Algo semelhante ao que sentiu no dia 15 de março, quando a banda esteve em São Paulo e ele estava lá, testemunhando um momento único e passando por um ritual que todo fã de heavy metal deve passar.

Parecia sonho mas a realidade daquele momento era doce e saborosa. Naquele momento o espectador de longas distâncias sentia um przer egoísta, que não queria dividir com ninguém. Aliás, pra que alguém???

A sessão terminou por volta das 23:15hs,. O shopping já havia fechado e o espectador teria uma longa viagem pela frente para voltar para casa... mas a alma estava lavada, o coração estava sereno e calmo como há muito tempo não estava.

Ao menos, um sonho no cinema havia tornado-se realidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Pensamento Indevido...

Erro

Olhar fixo
O céu a apontar
Coração aberto
A imaginação a abrir possibilidades
Um sentimento
Um devaneio
Um desejo
Um vazio
E aquele passado retorna
Através de caminhos diferentes
A dor se renova
Certeza de que não a verei além da tela
E o sorriso congelado em um computador
Fato que não ouvirei tua voz de maneira pura
Pois sempre haverá o chiado na linha do telefone
Enquanto a cartilha dos erros
Renova-se a cada empreitada mal sucedida
Repito de ano a cada desencanto
Emoção a impedir o progresso da razão
Mesmo você, Baby, tornando-se passado
Conjugo os meus prejuízos no presente
O amor, um dia, há de se renovar

domingo, 12 de abril de 2009

"Past in different ways"*

Estou numa fase de me presentear. E, claro, não vou ficar pensando de maneira totalmente racional e realista (pois estas nunca foram características minhas) no mérito do "eu mereço ou não?". Me presentear sempre foi um ato de amor comigo, me levanta, me valoriza e me faz feliz. Por isso, todo mês, sempre há livros e CD´s na minha lista de compras, por exemplo. Ingressos para jogos, cervejas e petiscos de boteco também fazem parte da minha lista de consumo frequente. Mas há algum tempo eu vinha me negligenciando certas coisas, certos presentes; por falta de tempo, falta de $$$, falta de compania ou - até mesmo - falta de coragem para ir sozinho.



E olha que há várias coisas nesta cidade, em minha vida, que adoro fazer sozinho. É bom sair sozinho quando não há a possibilidade de pensar, por exemplo, a que horas pretendo chegar em casa. É melhor ainda sair só pelo fato de não precisar consultar ninguém sobre qual programa fazer, que itinerário seguir, até que horas ficar na rua, se essa compania vai ou não contigo ao bar para beber umas garrafas... Quanta coisa eu estava perdendo!



Ontem decidi que, depois de muuuuuuuito tempo, iria ao cinema SOZINHO. Claro que não foi fácil e simples assim decidir isso - haja vista que eu, UM CANCERIANO, sou um eterno carente e pedinte de compania. Mas a vontade de sair e fazer algo legal era maior, então segui em frente. Vi algumas resenhas de filme na internet e acabei por optar por um que cai bem com o meu momento: "Ele não está tão a fim de você". Calma, não estou neste estágio com ninguém (risos)!

Apesar do título 'apocalíptico' - e do filme ser baseado em um livro de auto-ajuda (Ihhh....) - a comédia romântica nos coloca pra refletir sobre vários comportamentos do ser humano em relação a sua afetividade e sentimento com a (o) parceira (o). No quanto pecamos pela nossa falta de objetividade e simplicidade ao demonstrarmos o quanto gostamos (ou não) de determinada pessoa - e do quanto essa falta de objetividade faz o outro se enganar, confundir, dá falsa esperança e o faz sofrer (e muito em diversos casos).



Mas também há uma crítica e tanto àquelas pessoas que tornam-se obcecadas pelo amor, pela vontade terrível de estar preso a alguém e que esquecem totalmente de seu amor-próprio e, ao invés de dar e receber amor, acabam implorando por migalhas de sentimentos, vindo de pessoas que não estão 'tão afins de nós'. A felicidade com o sentimento amoroso não tem uma regra única, definitiva. Muito pelo contrário. Eu, por exemplo, não sei ainda ao certo de qual maneira serei realmente feliz no amor, já passei anos namorando como já passei anos sozinho. Como se não bastasse, quantos amores platônicos, quantos enganos não cometi???



E filmes como este "Ele não está tão a fim de você" só são realmente bem aproveitados quando se está na 'vibe' de pensar sobre o assunto e refletir sobre o que você mesmo quer seguir, a partir de lições que a vida e a arte nos dão todos os dias. Ou seja, apesar do filme se basear em um livro de auto-ajuda (Ihhhhh - de novo) a discussão e reflexão sobre o assunto se fazem muito necessárias...



... especialmente para aqueles de coração e sentimentos puros, aos sensíveis e sentimentais... aos cancerianos e demais patetas de plantão...





P.S.: BOA PÁSCOA!!!!



P.S.2: *Past in different ways é o mais recente trabalho da carreira soldo do ex-vocalista do Helloween, Michael Kiske. Neste trabalho, Kiske faz releituras de clássicos do Helloween em formato acústico e, por isso mesmo, o nome do trabalho. Boa trilha sonora pra um filme como este (risos)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vivos!

... e o Palmeiras voltou de Recife ainda vivo na Libertadores! Numa típica noite de decisão para o Palmeiras, o time compensou a falta de um bom futebol com muito empenho, brio e dedicação por uma causa que se fazia nobre e justa. Diante de um adversário que se impôs e pressionou durante boa parte do jogo, o time não se assustou tampouco se abateu. Finalmente - e com Luxmburgo no comando! - o Palmeiras me fez lembrar daquele time de 99, daquele time de Felipão, time brioso e que lutava até o último minuto pelos resultados e pelos títulos.

Bons tempos aqueles... e esperançosos tempos atuais. Sei que é cedo pra dizer isso - além de muito fanatismo, claro - mas creio que a arrancada pelo bicampeonato da América começou em Recife. Marcos, fez o de sempre: defesas importantíssimas e um espírito de liderança dentro da grande área palmeirense, o goleiro fez a sua melhor partida dos últimos anos, aparecendo em momentos fundamentais para a manutenção do resultado. Diego Souza nem de longe chega a ser um Alex mas foi decisivo tanto quanto o eterno ídolo da camisa 10 de 1999. Valorizou a posse de bola, jogou muito próximo aos atacantes e, no segundo tempo, deu duas arrancadas rumo à meta adversária, dignas de um craque. Na primeira Magrão salvou na ponta dos dedos mas, na segunda, não teve jeito. Bola na rede adversária, commemoração em forma de desabafo e o Palmeiras ratificava a sua sobrevivência no torneio continental.

O Palmeiras certamente ainda passará por dificeis provações dentro do Grupo 1 da Libertadores - em meio a uma sequência de decisões no Campeonato Paulista - mas, depois deste jogo, fica claro a união deste time e a certeza de que não precisamos acreditar apenas na esperança - que embeleza o nosso manto com o seu lindo verde.

FORZA, PALESTRA! FORZA, VERDÃO!!!

P.S.: Achei muito bonita e honesta a emoção de nosso Presidente Belluzzo, ao desembarcar em São Paulo após a "Batalha da Ilha do Retiro" e admitir que chorou ao testemunhar o empenho e a dedicação dos jogadores em Recife: "Esse negócio que homem não chora é mentira. Homem chora, faz bem para a alma. Deve chorar pelo Palmeiras, pelo Brasil, por algo que vale a pena. Só não vale a pena chorar quando é largado pela namorada", brincou. Tá certo, Presidente. Eu já estou aprendendo a lição! (muitos risos)


FICHA TÉCNICA SPORT 0 x 2 PALMEIRAS
Local: Estádio da Ilha do Retiro, em Recife (PE

Data: 08 de abril de 2009, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília
Renda: R$ 902.960,
Público: 19.386 torcedores
Árbitro: Carlos Torres (Paraguai) Assistentes: Nicólaz Yegros e Emigdio Ruiz (ambos paraguaios)
Cartões amarelos: Andrade, Vandinho e Ciro (Sport); Edmilson, Ortigoza, Maurício Ramos e Danilo (Palmeiras)
Gols: PALMEIRAS: Keirrison, aos 23 minutos do primeiro tempo; Diego Souza, aos 28 minutos do segundo tempo.

SPORT: Magrão, Igor, César Lucena e Durval; Moacir (Luciano Henrique), Daniel Paulista (Sandro Goiano), Andrade, Paulo Baier e Dutra; Vandinho (Weldon) e Ciro. Técnico: Nelsinho Baptista

PALMEIRAS: Marcos; Fabinho Capixaba, Maurício (Marcão), Danilo e Armero; Edmilson, Pierre, Cleiton Xavier e Diego Souza; Willians (Ortigoza) e Keirrison (Sandro Silva). Técnico: Wanderley Luxemburgo.