segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sem volta

E eis que estou de volta depois de um longo, tenebroso e injusto inverno. Falta de inspiração talvez justifique o período longo e tenebroso de ausência mas, definitivamente, assunto pra comentar aqui não faltou - e por isso falo da 'injustiça' deste inverno, tão longo quanto o inverno real, que parece não ter deixado São Paulo até agora. Quase novembro!

Tivemos desde às intermináveis crises 'Sarneyanas' aos 'atentados' do tráfico à (in)segurança pública e a sociedade carioca, o que provocou manchetes mundo afora - será que só agora o mundo pensa melhor em detalhes do Rio que o Governo Federal e o Fernando Meireles não expuseram???

Agora que vão pensar em provas como tiro à distância??? E os 'nativos', que terão ainda mais motivos para se preocupar em relação a esta e outras provas como as de saltos orçamentários???... hahaha!... Dá até vergonha não comentar em tempo tantas notícias de impacto - e que quebrarão os nossos bolsos!... hahaha...

Tive tanto tempo pra falar da boa fase do Palmeiras no Brasileirão 2009, que ela passou e agora corro seríssimo risco de ter de escrever linhas pra lá de indignadas em dezembro, para falar do título que escapou entre os dedos.

O ano está quase no fim e, se tem uma coisa que não lamento de não ter escrito nesse período de escassa inspiração, é a área afetiva. Amores malogrados, sofrimentos evitáveis e outras coisinhas contra-indicadas ao coração de um canceriano não estarão nesta e nas próximas páginas - que 2010 seja beeeeem melhor ou me reserve um ano de solteirice sem desespero. E com muito dinheiro no bolso!

Estou de volta, pessoal... aproveitem!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Na lápide


Enterro a minha esperança

Enterro os meus planos

Sepulto aquilo que um dia chamei de amor


Dói

Mas como uma dor crônica

Uma hora me acostumo com ela


Choro hoje

Mas, o pior, é que preciso me erguer

Ainda hoje


Encho a cara

Saio sem rumo

Junto os cacos, um por um


Mas sem você é que eu me faço forte


Meu coração ficará guardado e

Meus sonhos não voarão mais por aí

Até que essa tempestade passe


Com a certeza de que um lindo amanhecer


Espera por mim...


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ausência

Aos poucos acostumo-me com tua ausência. O silêncio do meu telefone já não me incomoda mais. A falta de mensagens não me faz mais perder o sono. Até mesmo o nosso menor contato no MSN não me traz mais desespero. Não há mais choro. Não há mais esperanças a alimentar.

Esta é uma sensação difícil de explicar. Deve ser o que chamam de inércia. Pode ser conformismo também. Ou pode ser tão somente a estafa de um coração cansado, a estafa de um sentimento que deteriorou depois de tanto empenho em se fazer ouvir, se fazer viver.

Meu amor por você foi uma luta. Das mais inglórias. Esperança e desespero caminharam juntos o tempo todo. O meu amor duelou e correu contra tudo. Enfrentou o medo de peito aberto. Não foi um amor orgulhoso em momento algum! Suportou o quanto pôde as poucas notícias, a tamanha distância que nos separa. Dispôs-se a, mais uma vez, amar o diferente e mostrar que isso é plenamente possível.

Amar é foda. E por isso mesmo as pessoas mostram ter cada vez mais medo de encara-lo. Ao que me parece, amar é... sinônimo de medo. Medo da rejeição, medo da entrega, medo de não se sentir merecedor de tão sublime sentimento...

... e o medo tomou conta de você. Tomou conta de mim. Eu nunca tive medo, nunca tive medo de amar mesmo. Sempre mostrei os meus sentimentos. Claro que, assim, tomei muitos foras. Muitas vezes sofri, muitas vezes chorei. E os motivos dos ‘fracassos’ eram os mais diversos...

‘Ah, sai daqui! Você é muito feio...’
‘O problema não é contigo mas não quero nada com ninguém, entende?’
‘Você não é um cara “descartável”, é especial pra mim’

Claro que não sou descartável, Baby. Sou descartado. Feito um jogador reserva de um time de futebol, em lista de dispensas no final do ano. Fui descartado, possivelmente, por uma soma de fatores que, sozinhos, já se fazem suficientes para um fora. Mas tinha que haver um requinte de crueldade. E você foi cruel.

Fria. Dissimulada. Indiferente.

Eu sei que o seu silêncio é uma forma de se defender, uma maneira de escapar da realidade que você não quer viver. Mas, com este silêncio, fui corroído dia após dia, noite após noite. Achei que não existiria mais paz! A esperança da noite anterior era puro desespero no dia seguinte.

As dores e dúvidas estavam no auge. E parecia que eu não suportaria mais, explodiria a qualquer momento. Era muito choro, muito suor, os pensamentos zunindo feito vespas dentro de minha cabeça. E então aconteceu.

O ápice da dor começava a passar. E eu ainda estava vivo!

Aos poucos os pensamentos foram serenando. As lágrimas começavam a secar naturalmente. Aquela tremenda sensação de descontrole, de solidão, dava lugar a algo como se fosse serenidade. De repente, senti que mais nada de ruim iria acontecer e que eu poderia me acalmar. Deve ser algo como tomar algum calmante direto na veia, sei lá.
Minha vida aos poucos retorna ao normal, às preocupações e ao estresse do trabalho. Retorna também o prazer de sair de casa, de ver pessoas (apenas as observo, de longe) e de fazer coisas que eu adoraria fazer na sua compania e que, agora, vejo que faço muito melhor em minha própria compania.

Você foi um sonho bom que consegui tornar o pior de meus pesadelos. Mas agora tudo está passando, aos poucos retorno à minha serenidade e essência. Meu amor sou eu. Minha prioridade sou eu. E o que eu tenho de melhor apenas eu mereço.

É bom poder olhar para a frente e dizer com toda a convicção...

... eu não te amo mais...

sábado, 2 de maio de 2009

A solidão do espectador que percorreu longas distâncias

Era noite de terça-feira, 28 de abril. Aproximadamente 21:00hs. A sessão estava prevista para começar às 21:10hs. e o espectador, depois de um dia estressante de trabalho, tomava a última providência antes de adentrar o cinema - garantir o refrigerante e a pipoca.

Precavido, o espectador comprou seu ingresso antecipadamente em uma máquina de auto-atendimento da rede de cinemas. Afinal de contas, não queria passar pelo transtorno de pegar longas filas e ter que chegar ainda mais cedo ao shopping para garantir o seu lugar na sessão. O filme em questão era o 'Flight 666', documentário que registra momentos do Iron Maiden durante a turnê 'Somewhere Back In Time". Além de imagens de camarins, hotéis e viagens a bordo do 'Ed Force One', o filme mostra a passagem da banda por países que não recebem shows de Heavy Metal - Índia, Papua Nova Guiné, Costa Rica, Colômbia e Chile - sejam pela total falta de interesse dos empresários e promotores de eventos, seja por instabilidades sociais e/ou políticas.

Pois bem, aproximadamente 21:00hs. O espectador, com pipoca, refrigerante, ingresso em mãos e toda a ansiedade que um fã fervoroso de Iron Maiden pode estampar em seu rosto, pela oportunidade única (afinal, o filme sairia de cartaz no dia seguinte, segundo o site da rede de cinemas). Ao chegar a funcionária confere o ingresso, franze a testa em sinal alarmante e decreta:

- Olha, este filme não está mais em cartaz aqui...

O espectador, que ainda tirava os seus fones de ouvido, calmamente pergunta:

- Como é que é?!
- É, este filme não está mais em cartaz aqui
- Mas este ingresso foi comprado antecipadamente no sábado, e, antes de comprá-lo, fui ao site me certificar e lá consta que este filme deve estar em cartaz até amanhã!
- Só um momento, por favor...

A funcionária chama pelo rádio um outro funcionário do cinema, que possa resolver a situação do espectador. Os argumentos dele tiraram dela qualquer chance de contraargumentar (é assim que se escreve???). Aliás, ainda que o espectador não tivesse arguementação alguma, ela passava a nítida impressão de que não argumentaria nada, tampouco resolveria o seu problema...

Então, chega o outro funcionário... que faz exatamente tudo que a primeira fez. Olha, confere, vê a data, o valor pago e diz ao espectador:

- Aguarde um instante, vou chamar o gerente
- ...

Ele também faz uso do rádio e não consegue encontrar o gerente... ainda haveria gerente àquela hora? Minutos passaram e ainda bem que o espectador trouxe a comida porque a irritação e o desejo odioso de ter o seu dinheiro de volta fizeram com que ele começasse a comer ali mesmo. Quando ele estava pronto a estourar e fazer O Barraco, eis que o funcionário chega e lhe diz:

- Me acompanhe, o filme começará agora
- ...

As reticências, agora, eram de profunda surpresa e alegria. Pensava, ainda atônito: 'Um filme... do Maiden... só pra mim... caralhooooooooooo!'. Era difícil de acreditar: não demoraram tanto pra resolver a situação e abriram uma sala só ao espectador de longas distâncias para que pudesse extasiar-se em um momento único!

Porém, só acreditou mesmo em tudo aquilo quando vieram os primeiros acordes de 'Aces High' no primeiro show da turnê em Mumbai, na Índia. Dali em diante foram duas horas de uma alegria, de um sentimento difícil de descrever em meras palavras, um presente dos deuses a um pobre e simples mortal. Algo semelhante ao que sentiu no dia 15 de março, quando a banda esteve em São Paulo e ele estava lá, testemunhando um momento único e passando por um ritual que todo fã de heavy metal deve passar.

Parecia sonho mas a realidade daquele momento era doce e saborosa. Naquele momento o espectador de longas distâncias sentia um przer egoísta, que não queria dividir com ninguém. Aliás, pra que alguém???

A sessão terminou por volta das 23:15hs,. O shopping já havia fechado e o espectador teria uma longa viagem pela frente para voltar para casa... mas a alma estava lavada, o coração estava sereno e calmo como há muito tempo não estava.

Ao menos, um sonho no cinema havia tornado-se realidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Pensamento Indevido...

Erro

Olhar fixo
O céu a apontar
Coração aberto
A imaginação a abrir possibilidades
Um sentimento
Um devaneio
Um desejo
Um vazio
E aquele passado retorna
Através de caminhos diferentes
A dor se renova
Certeza de que não a verei além da tela
E o sorriso congelado em um computador
Fato que não ouvirei tua voz de maneira pura
Pois sempre haverá o chiado na linha do telefone
Enquanto a cartilha dos erros
Renova-se a cada empreitada mal sucedida
Repito de ano a cada desencanto
Emoção a impedir o progresso da razão
Mesmo você, Baby, tornando-se passado
Conjugo os meus prejuízos no presente
O amor, um dia, há de se renovar

domingo, 12 de abril de 2009

"Past in different ways"*

Estou numa fase de me presentear. E, claro, não vou ficar pensando de maneira totalmente racional e realista (pois estas nunca foram características minhas) no mérito do "eu mereço ou não?". Me presentear sempre foi um ato de amor comigo, me levanta, me valoriza e me faz feliz. Por isso, todo mês, sempre há livros e CD´s na minha lista de compras, por exemplo. Ingressos para jogos, cervejas e petiscos de boteco também fazem parte da minha lista de consumo frequente. Mas há algum tempo eu vinha me negligenciando certas coisas, certos presentes; por falta de tempo, falta de $$$, falta de compania ou - até mesmo - falta de coragem para ir sozinho.



E olha que há várias coisas nesta cidade, em minha vida, que adoro fazer sozinho. É bom sair sozinho quando não há a possibilidade de pensar, por exemplo, a que horas pretendo chegar em casa. É melhor ainda sair só pelo fato de não precisar consultar ninguém sobre qual programa fazer, que itinerário seguir, até que horas ficar na rua, se essa compania vai ou não contigo ao bar para beber umas garrafas... Quanta coisa eu estava perdendo!



Ontem decidi que, depois de muuuuuuuito tempo, iria ao cinema SOZINHO. Claro que não foi fácil e simples assim decidir isso - haja vista que eu, UM CANCERIANO, sou um eterno carente e pedinte de compania. Mas a vontade de sair e fazer algo legal era maior, então segui em frente. Vi algumas resenhas de filme na internet e acabei por optar por um que cai bem com o meu momento: "Ele não está tão a fim de você". Calma, não estou neste estágio com ninguém (risos)!

Apesar do título 'apocalíptico' - e do filme ser baseado em um livro de auto-ajuda (Ihhh....) - a comédia romântica nos coloca pra refletir sobre vários comportamentos do ser humano em relação a sua afetividade e sentimento com a (o) parceira (o). No quanto pecamos pela nossa falta de objetividade e simplicidade ao demonstrarmos o quanto gostamos (ou não) de determinada pessoa - e do quanto essa falta de objetividade faz o outro se enganar, confundir, dá falsa esperança e o faz sofrer (e muito em diversos casos).



Mas também há uma crítica e tanto àquelas pessoas que tornam-se obcecadas pelo amor, pela vontade terrível de estar preso a alguém e que esquecem totalmente de seu amor-próprio e, ao invés de dar e receber amor, acabam implorando por migalhas de sentimentos, vindo de pessoas que não estão 'tão afins de nós'. A felicidade com o sentimento amoroso não tem uma regra única, definitiva. Muito pelo contrário. Eu, por exemplo, não sei ainda ao certo de qual maneira serei realmente feliz no amor, já passei anos namorando como já passei anos sozinho. Como se não bastasse, quantos amores platônicos, quantos enganos não cometi???



E filmes como este "Ele não está tão a fim de você" só são realmente bem aproveitados quando se está na 'vibe' de pensar sobre o assunto e refletir sobre o que você mesmo quer seguir, a partir de lições que a vida e a arte nos dão todos os dias. Ou seja, apesar do filme se basear em um livro de auto-ajuda (Ihhhhh - de novo) a discussão e reflexão sobre o assunto se fazem muito necessárias...



... especialmente para aqueles de coração e sentimentos puros, aos sensíveis e sentimentais... aos cancerianos e demais patetas de plantão...





P.S.: BOA PÁSCOA!!!!



P.S.2: *Past in different ways é o mais recente trabalho da carreira soldo do ex-vocalista do Helloween, Michael Kiske. Neste trabalho, Kiske faz releituras de clássicos do Helloween em formato acústico e, por isso mesmo, o nome do trabalho. Boa trilha sonora pra um filme como este (risos)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vivos!

... e o Palmeiras voltou de Recife ainda vivo na Libertadores! Numa típica noite de decisão para o Palmeiras, o time compensou a falta de um bom futebol com muito empenho, brio e dedicação por uma causa que se fazia nobre e justa. Diante de um adversário que se impôs e pressionou durante boa parte do jogo, o time não se assustou tampouco se abateu. Finalmente - e com Luxmburgo no comando! - o Palmeiras me fez lembrar daquele time de 99, daquele time de Felipão, time brioso e que lutava até o último minuto pelos resultados e pelos títulos.

Bons tempos aqueles... e esperançosos tempos atuais. Sei que é cedo pra dizer isso - além de muito fanatismo, claro - mas creio que a arrancada pelo bicampeonato da América começou em Recife. Marcos, fez o de sempre: defesas importantíssimas e um espírito de liderança dentro da grande área palmeirense, o goleiro fez a sua melhor partida dos últimos anos, aparecendo em momentos fundamentais para a manutenção do resultado. Diego Souza nem de longe chega a ser um Alex mas foi decisivo tanto quanto o eterno ídolo da camisa 10 de 1999. Valorizou a posse de bola, jogou muito próximo aos atacantes e, no segundo tempo, deu duas arrancadas rumo à meta adversária, dignas de um craque. Na primeira Magrão salvou na ponta dos dedos mas, na segunda, não teve jeito. Bola na rede adversária, commemoração em forma de desabafo e o Palmeiras ratificava a sua sobrevivência no torneio continental.

O Palmeiras certamente ainda passará por dificeis provações dentro do Grupo 1 da Libertadores - em meio a uma sequência de decisões no Campeonato Paulista - mas, depois deste jogo, fica claro a união deste time e a certeza de que não precisamos acreditar apenas na esperança - que embeleza o nosso manto com o seu lindo verde.

FORZA, PALESTRA! FORZA, VERDÃO!!!

P.S.: Achei muito bonita e honesta a emoção de nosso Presidente Belluzzo, ao desembarcar em São Paulo após a "Batalha da Ilha do Retiro" e admitir que chorou ao testemunhar o empenho e a dedicação dos jogadores em Recife: "Esse negócio que homem não chora é mentira. Homem chora, faz bem para a alma. Deve chorar pelo Palmeiras, pelo Brasil, por algo que vale a pena. Só não vale a pena chorar quando é largado pela namorada", brincou. Tá certo, Presidente. Eu já estou aprendendo a lição! (muitos risos)


FICHA TÉCNICA SPORT 0 x 2 PALMEIRAS
Local: Estádio da Ilha do Retiro, em Recife (PE

Data: 08 de abril de 2009, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília
Renda: R$ 902.960,
Público: 19.386 torcedores
Árbitro: Carlos Torres (Paraguai) Assistentes: Nicólaz Yegros e Emigdio Ruiz (ambos paraguaios)
Cartões amarelos: Andrade, Vandinho e Ciro (Sport); Edmilson, Ortigoza, Maurício Ramos e Danilo (Palmeiras)
Gols: PALMEIRAS: Keirrison, aos 23 minutos do primeiro tempo; Diego Souza, aos 28 minutos do segundo tempo.

SPORT: Magrão, Igor, César Lucena e Durval; Moacir (Luciano Henrique), Daniel Paulista (Sandro Goiano), Andrade, Paulo Baier e Dutra; Vandinho (Weldon) e Ciro. Técnico: Nelsinho Baptista

PALMEIRAS: Marcos; Fabinho Capixaba, Maurício (Marcão), Danilo e Armero; Edmilson, Pierre, Cleiton Xavier e Diego Souza; Willians (Ortigoza) e Keirrison (Sandro Silva). Técnico: Wanderley Luxemburgo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Anseios - A esperança é verde

Poucos minutos atrás recebi uma mensagem de uma amiga no MSN. Lá, ela me dizia que precisava falar muito comigo pois só eu "sabia minimizar os meus anseios". Entenda-se, os anseios DELA!... rs. Foi inevitável me questionar: Por quê tenho sucesso minimizando os anseios alheios e não tenho domínio algum sobre os meus?

Agora são exatamente 20:56hs do dia 7 de abril de 2009 e, neste momento, estou tomado de anseios, ansiedade, coração batendo forte... enfim! O motivo de tudo isso é a espera angustiante por um jogo que definirá o futuro do Palmeiras na Copa Santander Libertadores, é ganhar ou virtualmente se despedir do torneio. Uma situação que deixa todo palmeirense tenso e ansioso. E, no meio de todos estes sentimentos, esta amiga aparece e me fala de um 'poder' que eu não julgava ter.

E, com isso, lembranças de poucos dias atrás emergiram novamente. Muita ansiedade e mente inquieta, ao decidir que trancarei minha faculdade; Muita ansiedade e tédio pelos dias de férias que, ao mesmo tempo necessárias, estavam entediantes - beirando o insuportável; Dias e noites e dias e noites de um anseio insuportável, por motivos que apenas os corações calejados, sofridos e sonhadores entendem. Anseio por uma resposta, por um sinal definitivo de algo que, ora parece tão perto, ora parece tão improvável...

Anseio, inclusive, por parar de desabafos como este. São necessários mas eu mesmo estou me enchendo deles! Podem ter certeza de que amanhã (ou depois) o post será sobre a 'Batalha da Ilha do Retiro', podem ter certeza...

... pois este é o remédio que tenho para tentar minimizar os meus anseios...

FORZA, VERDÃO! FORZA, PALESTRA!!!!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Na falta do que fazer...

... e, de certa forma, continuando a série Pensamentos Indevidos - com participações especiais - deixo com vocês todo o talento, o senso de humor e a visão da vida por um dos meus poetas prediletos... com vocês, Paulo Leminski, e um poeminha extraído do livro "Distraídos Venceremos", de 1987.

o amor, esse sufoco,
agora há pouco era muito,
agora, apenas um sopro.

ah, troço de louco,
corações trocando rosas,
e socos.

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podem ficar com a realidade
esse baixo astral
em que tudo entra pelo cano

eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano


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MERDA E OURO
Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam padres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare
à bosta da pessoa amada.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Alma lavada com muita lama!

A primeira resenha musical demorou, eu sei. Mas ela veio e não poderia ser em melhor ocasião. Ocasião aproveitada de última hora. Fui ao Autódromo de Interlagos às 18 horas e disposto a gastar apenas R$ 50 - óbvio que também corria o enorme risco de perder este dinheiro com um ingresso falsificado; ou correndo sério risco de morte ao furar a fila da entrada do Autódromo de Interlagos, menos de uma horas antes do show. Aventura bem-sucedida e adversidades à parte sou um felizardo que pode falar COM PROPRIEDADE do que foi testemunhado neste show. 15 de março de 2009.

Este último domingo, 15 de março de 2009, fica gravado como mais uma data importante na lembrança dos headbangers paulistanos. Primeiramente ficam na memória os momentos de extrema dificuldade no acesso ao Autódromo de Interlagos - extremo sul da capital paulista - e a total falta de conforto das instalações do mesmo, sem falar na total desorganização notada durante todo o evento.

Porém, o motivo para tamanho sacrifício não era motivo qualquer. Tudo bem, é a oitava vez que o Iron Maiden aporta em solo brasileiro mas a cada turnê a emoção é diferente e os laços de amor e carinho entre público e artistas tornam-se mais estreitos. E somente uma relação entre o Iron Maiden e o público paulistano justificaria as horas e horas de uma desorganizada fila, uma tempestade que caiu a cinco horas do início do show (e que, de certa forma, provocou o atraso de uma hora no início de show) e tornou o Autódromo um verdadeiro pântano, um lamaçal descomunal.

O show começou as 21:05hs, com o apagar das luzes e o inflamado discurso do estadista inglês Winston Churchill, precedendo a chegada da Donzela de Ferro ao som de "Aces High". O que seguiu-se a partir daí foi uma verdadeira sucessão de clássicos, cantados em uníssono por todo o público presente e executados com extrema técnica e energia pelo sexteto inglês.

"Wrathchild" e "2 Minutes to Midnight" vieram na sequência, antecedendo o primeiro diálogo de Bruce com a platéia. O vocalista reiterou as desculpas pelo atraso de 1h, reclamou da "fucking rain!" que caiu em São Paulo durante a tarde e agradeceu muito pela presença de um público que entrava para a história como o maior já registrado num show exclusivo da banda (festivais como Rock in Rio não entram nesta conta). Para fechar a conversa, Bruce ofereceu "Children of the Damned" – "uma música que não costumamos tocar em shows", explicou ele – como um presente para os fãs.

Num set list beirando à perfeição, o Maiden seguiu o show com notado destaque para "The Trooper", "Wasted Years", "Phantom of the Opera", "The Rime of the Ancient Mariner", "Run to the Hills"... e então faltou pouco para Interlagos ir abaixo assim que os primeiros acordes de "Fear of the Dark" foram assimilados pela platéia, totalmente ensandecida e entregue àquele momento especial. Pessoalmente falando, eu já estava extasiado ao ter ouvido "Children of the Damned"; com "Fear of the Dark" as lágrimas rolaram. Era muita emoção, muita alegria e uma necessidade agoniada de colocar toda a minha angústia, a minha raiva e os meus sentimentos para fora. Um momento que certamente guardarei para contar aos filhos que não terei e à mulher que nunca será minha... um momento só meu!

"Hallowed be Thy Name" e "Iron Maiden" ainda viriam, para encerrar o show com muito êxtase, exaltação e alegria. No bis não poderia faltar "The Number of the Beast" e "The Evil that Men Do" (outra música que me emocionou demais). O bis e a noite de heavy metal da melhor qualidade seria finalizado por "Sanctuary" e a mais do que performática e inteativa atuação de Bruce Dickinson com o público. O vocalista ainda prometeu um novo álbum de estúdio do Iron Maiden para 2010 e nova passagem pelo Brasil em 2011.

Em duas horas de um show impecável e festivo, foi possível esquecer os muitos contratempos enfrentados pelo público em mais uma passagem da banda por São Paulo. E é bem provável que o Iron Maiden tenha plena consciência das dificuldades e da falta de respeito que os fãs encararam para mais este encontro. E aposto que é por isso que eles gostam cada vez mais de nós, fanáticos e incansáveis brasileiros.

IRON MAIDEN – Autódromo de Interlagos (São Paulo) – 15/03/2009
Aces High

Wrathchild
2 Minutes to Midnight
Children of the Damned
Phantom of the Opera
The Trooper
Wasted Years
The Rime of the Ancient Mariner
Powerslave
Run to the Hills
Fear of the Dark
Hallowed be Thy Name
Iron Maiden
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The Number of the Beast
The Evil That Men Do
Sanctuary

terça-feira, 10 de março de 2009

Da série Pensamentos Indevidos - eles realmente pesam!

Eu acredito!

A dependência corrói
A saudade destrói
Toda a vontade de te ver
Te sentir
Te ter por perto
Acaba ao esbarrar
Num único questionamento

Perguntar dói?

Se a resposta doer
Respeito
Respiro
Reflito
E tudo se ilumina -
ou parece iluminar -
A partir de um único pensamento

Eu acredito!

Através de dias negros
Noites negras
Pensamentos negros
O meu humor oscila
O meu coração vacila
Depois do beijo na lona
Devaneio com o sorriso da noiva

Eu luto!

Quebro e reconstruo o meu coração
Dia após dia
Mensagem
Telefone
E-mail
MSN
Sintonia

Até quando?

O meu medo é forte
Mas o meu sentimento é muito mais
Toda a vontade de te ver
Te sentir
Te ter por perto
Anseia por uma única resposta

"Eu quero!"

Ficha técnica do Clássico!

Ficha técnica: Palmeiras 1 x 1 Corinthians
Local: Estádio Prudentão - 08/03/ 09 - 16:00hs.
Árbitro: Cléber Wellington Abade
Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Junior e Nilson de Souza Monção
Público e renda: R$ 1.348.390,00/44.479 paganteS


Gols: Diego Souza, aos três minutos do segundo tempo; Ronaldo, aos 47 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Marcão, Keirrison, Maurício Ramos, Fabinho Capixaba, Pierre (Palmeiras); Cristian, Escudero, Ronaldo, Dentinho e Felipe (Corinthians).

Cartão vermelho: Fabinho Capixaba

PALMEIRAS: Bruno; Maurício Ramos, Danilo e Marcão; Fabinho Capixaba, Pierre, Sandro Silva (Jumar), Cleiton Xavier, Diego Souza (Willians) e Armero; Keirrison (Marquinhos). Técnico: Vanderlei Luxemburgo

CORINTHIANS: Felipe; Chicão, William e Escudero (Ronaldo); Fabinho (Alessandro), Cristian, Elias, Douglas e André Santos; Jorge Henrique e Souza (Dentinho). Técnico: Mano Menezes

Ele voltou!

Mais uma vez, ele voltou. Contrariando os incrédulos, pessimistas e maledicentes, ele voltou. Feito uma fênix, feito o Jason que a cada Sexta-Feira 13 retorna ainda mais sanguinário. Existem jogadores medíocres, jogadores comuns, alguns um pouco acima da média, poucos muito acima da média e um seletíssimo grupo de atletas consegue superar todas estas definições - e exatamente por isso marcam época e tornam-se referência no que fazem. Sem dúvidas, este é o caso de Ronaldo.

O que o "Fofômeno" fez em Presidente Prudente foi uma continuação natural de uma sequência de dramas e redenções em sua carreira. Tocou pouco na bola mas em todos os lances de que participou, levou os zagueiros do Palmeiras ao desespero. E olha que, depois de um primeiro tempo pífio das duas equipes, o Palmeiras foi bem. Esteve melhor posicionado em campo, levou muito perigo nos contra-ataques, jogou bem!... Mesmo com as deficiências e os sumidos em campo de sempre, o Verdão mostrou-se superior na maior parte do clássico.

Mas parecia estar já definido que as coisas mudariam - e muito - com a entrada de Ronaldo em campo. E assim foi. Dribles, bola na trave, cruzamento na cabeça do companheiro - devidamente defendida por Bruno... o Palmeiras não era o mesmo, o Corinthians não era o mesmo, o jogo já era outro.

O gol de Ronaldo produziu catarse, euforia, gerou uma série de bobagens ditas por cronistas esportivos. Fez o "professor" perder a linha, fez o palmeirense sentir-se derrotado em final de Copa do Mundo. Um clima indescritível tomou conta do final de domingo de muita gente.

Mas grandes acontecimentos são assim mesmo. Difíceis de descrever, impossíveis de decifrar, explicar ou apenas querer definir... o que são, como e porque acontecem.

E muito da magia do futebol reside exatamente na máxima da falta de máxima!

Seja novamente bem-vindo, Ronaldo!

quarta-feira, 4 de março de 2009

"Chega de historinha, o Luxemburgo só ganha paulistinha"

O título do post foi cantado em uníssono pela torcida do Palmeiras após a derrota por 3 a 1 diante do Colo Colo, do Chile, pela Copa Libertadores da América. Era um misto de raiva com cinismo contidos durante os 90 minutos do jogo e que explodiram gargantas afora, após o apito final do árbitro - o péssimo Sergio Pezzotta (Argentina), que foi conivente com toda a cera feita pelo time chileno durante todo o jogo.

Porém pior que o árbitro foi o Palmeiras. Já era sabido que o time teria deficiências ofensivas pelo setor esquerdo, já que Armero estava suspenso e em seu lugar entraria Marcão, com muito mais características defensivas. O esforçado lateral palmeirense arriscou algumas subidas ao ataque durante os 45 minutos que esteve em campo mas fracassou em todas. Como se não bastasse, o panorama pela ala direita da equipe também não era dos melhores; Fabinho Capixaba foi muito mais ao ataque do que de costume mas não acertou um único cruzamento durante todo o jogo.

Além da total inoperância ofensiva dos laterais, os imcumbidos de criar o jogo mais à frente não estiveram nada bem. Cleiton Xavier e Diego Souza foram anulados em campo, enquanto Keirrison passou a maior parte do temo sumido diante da forte marcação chilena. Willians foi um dos poucos destaques neste aspecto, tentou jogadas, apanhou pra caramba mas não fez nada de surpreendente. Com este panorama o Colo Colo passou a explorar longos lançamentos e contra-ataques velozes. Tal iniciativa deu resultado no finzinho do primeiro tempo, com o gol de Barrios (contra dois marcadores palmeirenses).

Com isso, o "professor" foi obrigado a abandonar o esquema com três zagueiros, sacando Maurício Ramos para a entrada de Jumar; Marcão cederia seu lugar a Jefferson - que também foi mal, não proporcionando grandes jogadas pela esquerda, sendo um mero passador.

O segundo tempo começou e o Colo Colo parecia ainda mais perigoso, à medida que o Palmeiras parecia ter voltado do intervalo mais desorientado e errando ainda mais passes e sendo menos inspirado na criação de jogadas. Errando ainda mais do que na primeira etapa - e com um jogador adversário a menos em campo, Meléndez - o Palmeiras foi novamente castigado, logo aos nove minutos, com o segundo gol chileno marcado por Torres. Os primeiros alaridos de protesto foram inevitáveis e, mais do que a irritação pelo mau futebol e o placar ainda pior, era perceberl nas expressões dos torcedores a incredulidade do que estavam assistindo.

O time de Luxemburgo seguiu preso à marcação do Colo Colo e sendo muito previsível no ataque, limitando-se a viradas de jogo e cruzamentos constantes à área chilena, sem sucesso. Mas de tanto martelar em jogada tão manjada, aos 25 minutos, Keirrison marcou de cabeça e deu ao torcedor um tom de esperança. O time se motivou e passou a ser mais incisivo, inclusive com a entrada de Lenny em campo, no lugar de Fabinho Capixaba. Os problemas continuavam a ser os contra-ataques, que ocasionaram os dois gols adversários. Mas bastou mais uma bola esticada em direção à zaga alviverde - e às costas de Edmilson, muito mal no jogo e vaiado a cada vez que tocava na bola - para que Gonzalez fizesse o terceiro e arrefecesse de vez os ânimos dos mais de 23.000 palmeirenses presentes.

Mais uma vez o "fantasma" do Palestra Itália ressurgiu. E como de praxe nos grandes vexames do Palmeiras em sua casa, a derrota veio de maneira inadmissível; nosso time não teve alma, não teve sangue correndo em suas veias, não foi raçudo. E com isso, muito antes da hora, somos obrigados a fazer contas. Sabemos que o grupo 1 já teria suas dificuldades mas é duro de acreditar em uma campanha tão pífia para um elenco que tem virtudes, sim. O problema maior é que, além de alguns limitados em campo, nosso "professor" mantém a pose e a ironia direcionados às torcidas uniformizadas do Palmeiras.

E minhas dores de estômago só aumentam...


FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1 x 3 COLO COLO

Local: Estádio do Parque Antártica, em São Paulo (SP)
Data: 03 de março, terça-feira
Horário: 20 horas (de Brasília)
Renda: R$ 885.405,00
Público: 23.285 pagantes.
Árbitro: Sergio Pezzotta (Argentina)
Assistentes: Hernán Maidana e Ariel Bustos (ambos argentinos)
Cartões amarelos: Maurício Ramos (Palmeiras); Riffo e Mena (Colo Colo)
Cartões vermelhos: Meléndez (Colo Colo)
Gols:
PALMEIRAS: Keirrison, aos 25 minutos do segundo tempo.
COLO COLO: Barrios, aos 44 minutos do primeiro tempo; Torres, aos nove, González, aos 34 minutos do segundo tempo.

PALMEIRAS: Bruno; Maurício Ramos (Jumar), Edmilson e Danilo; Fabinho Capixaba (Lenny), Pierre, Cleiton Xavier, Diego Souza e Marcão (Jefferson); Willians e Keirrison
Técnico: Wanderley Luxemburgo

COLO COLO: Muñoz; Salcedo, Mena e Riffo; Figueroa, Meléndez, Sanhueza, Torres (Riquelme) e Millar; Lucas Barrios (González) e Carranza (Caroca)
Técnico: Marcelo Barticciotto.