domingo, 12 de abril de 2009

"Past in different ways"*

Estou numa fase de me presentear. E, claro, não vou ficar pensando de maneira totalmente racional e realista (pois estas nunca foram características minhas) no mérito do "eu mereço ou não?". Me presentear sempre foi um ato de amor comigo, me levanta, me valoriza e me faz feliz. Por isso, todo mês, sempre há livros e CD´s na minha lista de compras, por exemplo. Ingressos para jogos, cervejas e petiscos de boteco também fazem parte da minha lista de consumo frequente. Mas há algum tempo eu vinha me negligenciando certas coisas, certos presentes; por falta de tempo, falta de $$$, falta de compania ou - até mesmo - falta de coragem para ir sozinho.



E olha que há várias coisas nesta cidade, em minha vida, que adoro fazer sozinho. É bom sair sozinho quando não há a possibilidade de pensar, por exemplo, a que horas pretendo chegar em casa. É melhor ainda sair só pelo fato de não precisar consultar ninguém sobre qual programa fazer, que itinerário seguir, até que horas ficar na rua, se essa compania vai ou não contigo ao bar para beber umas garrafas... Quanta coisa eu estava perdendo!



Ontem decidi que, depois de muuuuuuuito tempo, iria ao cinema SOZINHO. Claro que não foi fácil e simples assim decidir isso - haja vista que eu, UM CANCERIANO, sou um eterno carente e pedinte de compania. Mas a vontade de sair e fazer algo legal era maior, então segui em frente. Vi algumas resenhas de filme na internet e acabei por optar por um que cai bem com o meu momento: "Ele não está tão a fim de você". Calma, não estou neste estágio com ninguém (risos)!

Apesar do título 'apocalíptico' - e do filme ser baseado em um livro de auto-ajuda (Ihhh....) - a comédia romântica nos coloca pra refletir sobre vários comportamentos do ser humano em relação a sua afetividade e sentimento com a (o) parceira (o). No quanto pecamos pela nossa falta de objetividade e simplicidade ao demonstrarmos o quanto gostamos (ou não) de determinada pessoa - e do quanto essa falta de objetividade faz o outro se enganar, confundir, dá falsa esperança e o faz sofrer (e muito em diversos casos).



Mas também há uma crítica e tanto àquelas pessoas que tornam-se obcecadas pelo amor, pela vontade terrível de estar preso a alguém e que esquecem totalmente de seu amor-próprio e, ao invés de dar e receber amor, acabam implorando por migalhas de sentimentos, vindo de pessoas que não estão 'tão afins de nós'. A felicidade com o sentimento amoroso não tem uma regra única, definitiva. Muito pelo contrário. Eu, por exemplo, não sei ainda ao certo de qual maneira serei realmente feliz no amor, já passei anos namorando como já passei anos sozinho. Como se não bastasse, quantos amores platônicos, quantos enganos não cometi???



E filmes como este "Ele não está tão a fim de você" só são realmente bem aproveitados quando se está na 'vibe' de pensar sobre o assunto e refletir sobre o que você mesmo quer seguir, a partir de lições que a vida e a arte nos dão todos os dias. Ou seja, apesar do filme se basear em um livro de auto-ajuda (Ihhhhh - de novo) a discussão e reflexão sobre o assunto se fazem muito necessárias...



... especialmente para aqueles de coração e sentimentos puros, aos sensíveis e sentimentais... aos cancerianos e demais patetas de plantão...





P.S.: BOA PÁSCOA!!!!



P.S.2: *Past in different ways é o mais recente trabalho da carreira soldo do ex-vocalista do Helloween, Michael Kiske. Neste trabalho, Kiske faz releituras de clássicos do Helloween em formato acústico e, por isso mesmo, o nome do trabalho. Boa trilha sonora pra um filme como este (risos)

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